sábado, 14 de fevereiro de 2009

O bando dos cinco e Simón Bolívar


A presença de cinco presidentes da esquerda sul-americana marcou o Fórum Social Mundial 2009 em Belém, no Pará. Evo Morales, Hugo Chaves, Fernando Lugo e Rafael Correa foram elogiados pelo presidente Lula pela coragem que nenhum outro governante desses países teve em participar de um evento como o Fórum Social Mundial. A presença desses chefes de Estado no FSM se deu graças ao envolvimento desses com os movimentos sociais de seus países, e também aos milhões e milhões que o governo federal investiu no evento, principalmente em segurança.

A fila quilométrica no lado de fora do centro de convenções da Amazônia (Hangar) e a irritante tomada temporária de objetos pessoais que poderiam ser arremessados nos presidentes (só esqueceram de tomar os sapatos) não impossibilitou que muitas pessoas sentissem o"privilégio" de ocupar o mesmo espaço físico de governantes que representavam grandes conquistas e que apresentavam propostas em consonância com as do FSM.

Era perceptível a exaltação das pessoas com as palavras de ordem dos presidentes, mesmo quando não se entendia o que estava sendo dito,seja pela acústica do local, pelo embate de informações ou mesmo pelo idioma (principalmente o espanhol apressado de Chaves), mas dava para se imaginar o que estava sendo dito, de tão sincronizada que estava a fala dos cincos presidentes.

Os discursos dos presidentes dos países que têm problemas sociais e econômicos parecidos giraram em torno do assunto que domina os debates da atualidade e que ganhou destaque no FSM: La crisi economica globale.

A crítica ao neoliberalismo estava presente na fala dos cincos presidentes (e na dos mais de 100 mil participantes do FSM).

Os países desenvolvidos foram dignamente responsabilizados pela crise. Foi exprobada a divinização do mercado por esses paises e criticado o pedido de socorro ao Estado pelos mesmos.

Lula criticou a recessão como saída utilizada pelos governos anteriores em uma crise econômica, e defendeu mais investimentos em desenvolvimento social para combater um dos principais efeitos da crise, o desemprego, que já chegou timidamente ao Brasil por intermédio das transnacionais que perdem dinheiro em seus países de origem e demitem funcionários aqui.

A proposta do socialismo como via única de saída para a crise foi uma solução unânime apresentada pelos presidentes, que lembraram que a crise é uma oportunidade para se construir um novo mundo.

A tão sonhada integração dos paises latino americano por Simón Bolívar foi ostentada pelos cinco presidentes, que defenderam a necessidade do fortalecimento do mercado sul americano e da participação dos movimentos sociais junto ao Estado no planejamento do desenvolvimento de cada país. Para completar, foi dito o que já tinha virado bordão no FSM, "Não vamos pagar pela crise", o que contrapõe aos mais de R$ 170 bilhões concedido pelo governo federal à bancos e empresas estrangeiras.

por: Cinthya Koss